A Mão do Diabo
Jose Rodrigues dos Santos
Tenho andado a protelar e a procrastinar esta opinião.... não por não saber o que dizer, nem por o tema ser polémico, antes por que o que talvez seja dito mais nao é do que o que a maioria pensa e dai a não dizer nada de novo nem acrescentar algo ao tema.
Mas todos temos direito a uma voz, e obvio que será mais uma opinião a juntar a tantas outras.
Tema polémico, sem duvida! :) mais diria, tema explosivo.
Jose Rodrigues dos Santos, apresenta-nos o tema da crise económica e quiça politica que se vive presentemente na Europa e que tem repercurssões a nivel mundial.
Neste seu romance, mais uma vez com o personagem Tomás de Noronha, génio que consegue desvendar sempre os mistérios mais estranhos e encriptados ou não fosse a sua formação de base.
Nesta historia, Tomás fica "prisioneiro" da crise que todos vivemos e que tenta de todos os modos perceber o porquê e os motivos dos detentores do poder que actuam neste cenário.
Ao longo das páginas deste livro, Tomás no seu proverbial e eloquente raciocinio conta-nos em primeira mão como chegamos a esta crise, a teia que nos enredou e que foi gerada maldosamente por uns quantos, e que nos "aperta" no seu abraço esmagador.
Um ponto estranho neste romance, foi o facto de o autor, repetir certas descrições, mencionar as consequencias de certas decisões quase de uma forma insistente. O que me fez pensar que a intenção primária seria de levar o leitor a ponderar, sobre as questões mencionadas e que de alguma forma estas mensagens subliminares levariam o leitor a "aprender" e interiorizar o esquema montado que não teria outro objectivo que o do enriquecimento rápido de certos intervenientes na "historia".
O romance propriamente dito é fugaz e pouco convincente e talvez meramente para dar uma certa estrutura á história, porque senão seria quase um "estudo" ou "ensaio" sobre a crise.
O fim deixa um sabor muito amargo de impotência, perante o que nós achamos que é um poder maior. Porque a estrutura politica onde assenta é exactamente feita á medida que quem usufrui e controla esse poder.
Os "mortais" desta história mais não podem fazer do que assistir ao descalabro e ao despesismo daqueles que para serem eleitos "prometem" justiça social, transparência politica e acima de tudo caracter e frontalidade.
Não há herois, não há lugar para herois nesta historia "real", quanto muito deveria haver "justiceiros"....
Foi sem duvida um livro que gostei de ler, a acção é rápida o suficiente para não cair no marrasmo se bem que todo o cenário acredito seja um pouco exagerado.... :) muita manipulação, muitos "jogos" e o fim tem uma conclusão meio apressada e sem mostrar como tudo aconteceu.
4* / 5*
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